Quem aplicou R$ 10 mil há doze meses no papel mais negociado da Petrobras (o preferencial, sem direito a voto) tinha, no dia 19 de março de 2013, o equivalente a R$ 7.912,18. Nesse valor já estão sendo considerados os proventos. Os cálculos foram feitos pela empresa de informações financeiras Comdinheiro para a Folha de S. Paulo. Segundo os dados, quem investiu o valor na ação ordinária (menos negociada e com direito a voto) teve um prejuízo ainda maior, pois o saldo diminuiu para R$ 7.021,70.
As informações dão conta de as ações caíram no período, pressionadas pela desconfiança dos investidores em relação à ingerência do Governo na estatal. A administração federal impediu, por exemplo, reajustes mais elevados da gasolina por causa da inflação. A companhia também reduziu os dividendos – fatia do lucro distribuída aos acionistas no ano de 2012.
Especialistas avaliam que, para quem tem papéis da Petrobras ou pensa em comprar com visão de retorno no curto prazo, a perspectiva não é animadora.
“O fator político é preponderante e, se isso continuar no lugar de maximização de valor, o resultado não tem por que ser diferente”, disse Rafael Paschoarelli, professor da USP e um dos responsáveis pelo levantamento à publicação.
Já o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, recomenda a migração para outros ativos. “Ações de setores relacionados ao consumo interno, como o de bebidas e o financeiro, por exemplo”, afirmou. “A não ser que o investidor já tenha tido um prejuízo grande com a Petrobras e possa manter aplicação por um prazo longo na expectativa de recuperar valor”, complementou.
Aqueles que investiram na estatal há mais tempo obtiveram lucro. Quem aplicou R$ 10 mil no papel preferencial no ano 2000, tinha saldo de R$ 61.812,30 em 19 de março de 2013, com proventos também. O valor era de R$ 63.759,12 na ação ordinária.
Analistas afirmam que, no longo prazo, a perspectiva para a estatal segue positiva, considerando que, em 2017, a exploração do pré-sal estará mais forte. “O que ela tem de bom é o pré-sal. E de ruim, a ingerência do governo”, disse Pedro Galdi, da SLW Corretora.
Os especialistas também destacam os casos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que teve orçamento aumentado, como exemplo dessa ingerência.
Já a XP Investimentos avalia que não há muita diferença de cenário para curto ou longo prazo e que existem outras opções “mais claras” na Bolsa, a exemplo dos setores portuário e de educação.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=88025
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