quinta-feira, 19 de abril de 2012

Guerra psicológica para "engolir" o adversário

Em campanha pela indicação do PT, Rands e João da Costa apostam na desistência um do outro

Aline Moura  

As prévias do PT entraram numa nova fase: a do jogo psicológico. Depois de armados os palanques e exibidas as fotos, os aliados do prefeito do Recife, João da Costa, e do secretário de governo do estado, Maurício Rands, começaram a apontar os pontos fracos um do outro. O prefeito reforçou o discurso de que sua candidatura representa “as base partidárias” e não a cúpula petista. Já o próprio Rands sugeriu que o prefeito desista das prévias por conta do isolamento político. Os desafios estão colocados. Se alguém vai desistir até 20 de maio, é uma incógnita.

O concorrente de João da Costa foi o primeiro a morder a isca, ontem, após saber que o secretário de governo do Recife, André Campos, falou, em entrevista à uma rádio local, que as prévias se desenhavam como uma disputa entre a “cúpula” do PT e a “base” da legenda. André Campos se referia ao fato de o prefeito ter apoio de 10 presidentes de zonais, entre os 13 existentes no Recife, enquanto Rands recebia suporte do deputado federal João Paulo e de outros caciques petistas, como o senador Humberto Costa.


Rands, que vinha mantendo um estilo mais light, entrou na provocação, rejeitando o rótulo de ser o candidato do “poder” e não do “povo”. “Amanhã (hoje), no Clube dos Oficiais da PM, vamos mostrar que temos o apoio da militância e dos maiores líderes do partido, o senador Humberto Costa e o deputado federal João Paulo. Se eles chegaram a essa posição (de líderes), é porque construíram raízes na base”, declarou o candidato ao Diario.


Indagado se havia chances de o prefeito retirar a candidatura, como vem se ventilando nos bastidores, Rands não descartou a possibilidade. “Talvez, mas eu não vou ficar analisando essa situação. Agora, André Campos disse, recentemente, que eu deveria retirar a minha candidatura por estar isolado. Se quem está isolado deveria desistir, isso deveria valer para o prefeito, para ser coerente”, alfinetou. “Fui convocado para ser candidato porque, se fosse ele (João da Costa), o projeto do PT seria interrompido, iria à derrota”, complementou Rands.


Procurado pelo Diario, João da Costa sorriu bastante ao ser questionado se desistiria das prévias e não quis falar muito, pois prefere esperar os debates. “As circunstâncias nas prévias são totalmente favoráveis a mim. Eu nunca pensei, nunca nem sequer sonhei em desistir, pelo contrário”, disse

Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/04/19/politica2_0.asp

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