quinta-feira, 26 de abril de 2012

Produção da indústria cresceu em março, apesar dos estoques continuarem elevados

Apesar dos estoques continuarem acima do planejado pelo 12º mês consecutivo, a produção industrial cresceu em março sobre fevereiro, após seis meses de queda, atingindo 51,6 pontos e ficando acima dos 50 pontos pela primeira vez em sete meses. A informação é da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 25.04, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores variam de zero a cem. Valores acima de 50 indicam aumento da atividade, do emprego, acúmulo de estoques indesejados e utilização da capacidade instalada (UCI) acima do usual.

A CNI atribui o aumento da atividade industrial em março principalmente a fatores sazonais, como maior demanda. “Já é de se esperar um aumento da produção em março”, atesta a pesquisa, que registrou um indicador de estoque efetivo em relação ao planejado de 51,6 pontos. O dado positivo da atividade não foi suficiente, porém, para eliminar o diagnóstico do empresariado sobre a produção, diz a entidade. A UCI, que atingiu 72% em março, um ponto percentual acima de fevereiro, manteve-se abaixo do usual para o período pelo 16º mês consecutivo, com 45,2 pontos.


O gerente-executivo da Unidade de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, se declarou cauteloso sobre a possibilidade de se manter o aumento da produção. “Não podemos falar ainda em reversão de tendência. Esperamos que a produção industrial permaneça estabilizada até que os altos estoques, principalmente das grandes indústrias, tenham sido desovados”, afirmou. O economista da CNI Marcelo de Ávila tem diagnóstico semelhante. “ O pior momento parece ter passado. O que não sabemos é a velocidade com que essa recuperação vai se dar”, assinalou.


A Sondagem Industrial revelou que a situação financeira das empresas, com 48,1 pontos no primeiro trimestre, está deteriorada, devido ao fraco desempenho da indústria nos últimos meses. Aumentou a insatisfação dos empresários com a margem de lucro operacional, que registrou 42,5 pontos no primeiro trimestre, 3,2 pontos menos frente ao trimestre anterior (outubro/dezembro), distanciando-se ainda mais da linha divisória dos 50 pontos.


Aumentou também, informa o levantamento, a dificuldade de acesso ao crédito. O índice de facilidade de acesso ao crédito, com 42,5 pontos, recuou dois pontos no primeiro trimestre em comparação com o último trimestre de 2011. Apesar de todos esses problemas, o emprego na indústria ficou relativamente estável em março, com o indicador de evolução do número de empregados situando-se em 49,5 pontos, praticamente na linha divisória dos 50 pontos.


Excesso de impostos - Entre os principais problemas enfrentados na atividade produtiva listados pelos empresários, aumentou no primeiro trimestre, comparativamente ao último trimestre de 2011, o da carga tributária, em todos os portes de empresa. Nada menos do que 66,6% das pequenas empresas, contra 63,8% no trimestre anterior, elegeram o excesso de impostos como seu principal problema. Este índice chegou a 68,2% das empresas médias (contra 63,3% de outubro a dezembro) e a 57,9% das grandes (eram 54% no último trimestre do ano).


O problema da falta de demanda – que ocupa a terceira colocação, depois da elevada carga tributária e da competição acirrada – aumentou de importância, no primeiro trimestre, entre as pequenas empresas: 30,1% delas, contra 26,7% no trimestre anterior, apontaram a queda na procura como a terceira maior dificuldade que enfrentaram entre janeiro e março últimos.


Embora mais moderados do que em março, os empresários da indústria continuam otimistas, em abril, sobre as perspectivas para os próximos seis meses. As expectativas deles sobre a demanda atingiram 59,.9 pontos (menos 0,5 ponto sobre março), enquanto foram de 52,1 pontos as perspectivas sobre as exportações, de 52,9 pontos sobre o número de empregados e de 57,4 pontos as perspectivas sobre compras de matérias primas.


A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada de 2 a 7 de abril com 1.951 empresas, das quais 712 de pequeno porte, 736 médias e 503 grandes.

Fonte:http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2012/04/25/producao_da_industria_cresceu_em_marco_apesar_dos_estoques_continuarem_elevados_129847.php

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