Protagonistas de uma guerra ensandecida pela Prefeitura do Recife,
João da Costa e Maurício Rands, provaram nesta terça-feira (29) que,
como atores, são ótimos petistas. Após reunião com o presidente nacional
do PT, Rui Falcão, em São Paulo, os dois chegaram à noite ao Recife com
um discurso afinado e cara de “melhores amigos”. Tudo encenação. A sala
de reunião na sede do partido testemunhou uma manobra da cúpula
nacional para salvar a legenda na capital pernambucana.
Sob regência do governador Eduardo Campos e do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, Rands e o prefeito foram convocados para um
encontro com Rui Falcão. Frente a frente com o dirigente foram forçados
por Lula (ao telefone) a saírem de cena e deixarem o caminho livre para o
senador Humberto Costa. Nesse momento, o prefeito teria chorado. A
articulação da nacional começou a ser orquestrada logo após a última
reunião da quinta-feira (24). Desde esse dia, a executiva ficou ciente
que não tinha outra saída para PT no Recife a não ser buscar uma outra
alternativa sem a realização de uma segunda prévia.
A nacional sempre foi contra a eleição interna por aqui, apesar de
nunca ter se posicionado publicamente. Postura que chegou a ser
questionada por alguns. A verdade é que o diretório chega tarde e os
quatro representantes da executiva nacional irão suar as camisas para
convencer o prefeito a desistir, mas tudo é questão de tempo. As cartas
já estão na mesa e com o aval da maior liderança da Frente Popular e
também do Partido dos Trabalhadores. Eduardo e Lula formam a dobradinha
da hora para não abrir espaço para a oposição.
O grupo petista que veio ao Recife, comandado por Paulo Frateschi
(secretário-geral PT), aguarda um entendimento entre Rands e João, algo
muito difícil de acontecer. Com o impasse gerado, não restará uma outra
saída a não ser uma medida mais drástica com a possibilidade de uma
intervenção da nacional, algo que o partido tenta evitar.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=28299
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