quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ex-secretário Ivan Lima Filho contesta matérias da Gazeta Nossa

Ex-Secretário deixando nosso editor Paulo Rocha bem informado, em fevereiro de 2010. Foto Elto Koltz
Recebemos do ex-secretário Ivan Lima Filho uma nota contestando matérias da Gazeta Nossa. Veja a íntegra da nota, sem correções, e a réplica de nosso editor, a seguir.
“Prezado Paulo
Quero agradecer do fundo do meu coração as matérias tendenciosas escritas por vossa senhoria à respeito da nossa atuação enquanto Secretario de Cultura e Eventos de Jaboatão dos Guararapes.

Não tenho dúvidas que as afirmações feitas só poderiam partir de quem demonstra total desinformação das ações construídas. Que serviram para juntar os cascos deixados pelas administrações passadas e alçaram Jaboatão  a se tornar polo oficial do carnaval de PE, incentivaram de forma concreta a ampliação e descentralização das atividades teatrais no município com o crescimento do apoio ao Mosteja, reconhecido publicamente pelo expoente cultural do nosso município o teatrólogo e escritor Adriano Macena, os NAC´S (NUCLEO DE AÇÃO CULTURAL) levando a oportunidade do desenvolvimento da produção cultural aos mais carentes, tendo estes a sua implantação em áreas de alto risco social. 

Poderia aqui enumerar muitas outras ações positivas e jamais realizadas neste município. Mas apenas gostaria de lhe pedir que trate com respeito às diferentes visões realizadas pelo nosso trabalho.

Tenho a certeza de ter dado a minha contribuição, através das exaustivas horas de planejamento e execução junto com toda uma equipe de pessoas abnegadas e realizadoras que atuam no sentido de elevar cada vez mais a cultura da nossa cidade. Tenho certeza que feri intenções, principalmente daqueles que sugavam e sangravam a história deste município, que nunca precisei me preocupar com as críticas, pois sempre defendi o direito de todos se expressarem, apenas alguns falam por si e estes eu respeito. E outros falam para atender interesses de terceiros.
Ivan Lima Filho, publicitário".
Resposta do editor
Tenho feito, realmente, aqui neste espaço e nas páginas da Gazeta Nossa, críticas ao ex-secretário de Cultura e Eventos de Jaboatão, Ivan Lima Filho, como de resto a outros setores da administração, por julgar ser este um dos papéis da imprensa. Fiz porque acho, sinceramente, que durante sua gestão à frente da pasta os eventos festivos foram priorizados em detrimento da cultura, em número, grandiosidade, tratamento e verba destinada. 
 
Faço as críticas e continuarei fazendo, pois defendo a mobilização e o incentivo aos artistas e grupos culturais locais, inclusive com remuneração, justa, e de preferência equiparada a de artistas de outras plagas convidados a participar das festas locais.

Defendo a continuidade e a expansão do calendário cultural (in)existente, com a inserção de grupos locais que sabidamente hoje precisam se apresentar em outros municípios, onde são realmente valorizados, para poder dar continuidade à sua arte.

Defendo o planejamento, a confecção e impressão de um calendário cultural e de e3ventos anual, todo mês de dezembro, para que agentes culturais, artistas, patrocinadores, divulgadores, público, hotéis e turistas saibam exatamente o que existe na cidade e quando vai acontecer cada show, cada apresentação, cada feira, cada mostra e cada evento patrocinados pelo poder público.

Defendo a implantação de espaços para que artistas apresentem sua arte. Espaços como a grande área ociosa no Mercado das Mangueiras, que poderia abrigar um grande número de artesãos e ainda um palco para apresentações.
Defendo também que quatro anos são mais do que suficientes para a reformulação do Cine Teatro Samuel Campelo e ainda de outros, como em Cavaleiro.

Defendo, entre outras coisas, a cultura nordestina presente de forma intensa em Jaboatão, o bumba meu boi, o maracatu, as quadrilhas, os afoxés, o forró pé-de-serra e outras manifestações que não encontram espaço no município, pois não há calendário cultural nesta bendita cidade de Jaboatão dos Guararapes, onde tudo é feito de forma improvisada, quando é feito. A última Festa da Pitomba, só para servir de exemplo, começava em um domingo, e no sábado estavam colocando os outdoors com a chamada para a festa. Para se ter idéia de tal ineficiência, comparemos com uma cidade pequena como Arcoverde, que em abril, com dois meses de antecedência, já oferecia um coquetel para a imprensa de Pernambuco divulgando toda a sua programação de São João.
Defendo uma continuidade de ações, que todos, inclusive o ex-secretário, sabem que não existe. O que é em um ano deixa de ser no próximo; a idéia genial de 2010 é substituída por outra em 2011 e as duas são esquecidas em 2012. assim se faz a cultura em Jaboatão.
Defendo por fim, entre muitas outras coisas (que não cabem aqui, ex-secretário) que não se compare mais, por favor, esta administração com a falta de administrações passadas. É se nivelar por baixo. A segunda cidade de Pernambuco não pode ter como parâmetro as décadas passadas e perdidas. Pode, sim, buscar exemplos em outras cidades infinitamente menores e mais pobres, como Bezerros, este sim elevando seu carnaval ao nível de pólo autêntico e inimitável; e a outras, menores ainda, mas que souberam valorizar suas características culturais e fizeram delas um estandarte para divulgar positivamente o município.

Não pretendo polemizar com o ex-secretário, mas preciso considerar ainda algumas de suas afirmações.

a) Jaboatão se tornou “um dos pólos” do carnaval em Pernambuco por critérios e por determinação da Secretaria de Turismo do Estado, da Casa Civil e da Fundarpe, que organizou e bancou a festa.

b) Quanto ao Mosteja, parabenizo o secretário pela iniciativa. O teatro de Jaboatão precisa realmente de incentivos, de preferência mais de uma vez ao ano.

c) Com relação aos NACs, a controvérsia não é minha, nunca critiquei, mesmo quando fui a inauguração atabalhoada do primeiro, em Cajueiro Seco, onde ninguém se entendia nem sabia direito o que fazia lá. De lá para cá, recebi foram  denúncias de não pagamento, de falta de material e da tentativa de fazer propaganda política através dos agentes, denúncias estas ainda não contestadas por ninguém. De qualquer forma, seria interessante que houvesse algum espaço na cidade para que a produção cultural citada pudesse ser apresentada a todos os jaboatonenses.

d) E para finalizar, com respeito a minha total desinformação, eu até concordo. Fui informado de viva voz pelo próprio então secretário, em fevereiro de 2010, que o Cine Teatro Samuel Campelo estaria funcionando em março daquele ano. Publiquei, mas o espaço ainda está em obras; o agora ex-secretário me disse, na mesma ocasião, que o Carnaval 2010 seria o Carnaval do Zé Pereira, com a figura tradicional resgatada “em todo o município”. Não foi. Informou também que o coreto da Praça do Metrô teria “atrações diárias”. Não teve e não tem. 
 
Fui informado também, com relação ao secretário, depois de um “imbroglio” nunca bem explicado, que ele estava de férias e voltaria para tocar o São João de Jaboatão. Não voltou. 
Esses exemplos são só para ilustrar. Assim, ex-secretário, fica realmente difícil ser bem informado.
Paulo Rocha - Editor da Gazeta Nossa

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