Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois da proibição da venda de novas linhas de telefonia
celular em Porto Alegre, determinada pelo Procon, o ministro interino
das Comunicações, Cezar Alvarez, disse hoje (17) que o governo está
trabalhando com medidas para solucionar os problemas de qualidade das
operadoras. Entre elas estão o incentivo ao compartilhamento de
infraestrutura entre as empresas, regras transitórias para a Copa do
Mundo e isenções tributárias para projetos de infraestrutura.
“Estamos vendo o que está ao nosso alcance para ajudar as empresas a
terem mais infraestrutura para dar conta do que vendem. Ao mesmo tempo,
temos que cuidar para que o que vende seja atendido e o cidadão nãos
seja prejudicado”.
Para Alvarez, a decisão do Procon de Porto Alegre não foi
estapafúrdia, e reflete um cenário em que a demanda por serviços está
crescendo mais que a capacidade de investimento das empresas. “É
evidente que a capacidade instalada está no seu limite, as empresas
reconhecem isso. A Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] nos
conta e a gente, como usuário, percebe que a qualidade vem diminuindo um
pouco, em alguns lugares mais, outros menos”.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) espera que a
decisão tomada em Porto Alegre reflita no cenário de investimentos das
operadoras, que, na avaliação da entidade, se concentram mais na
expansão da base de clientes, em detrimento de infraestrutura para
qualidade dos serviços. “Uma medida como essa vai fazer com que pelo
menos se repense esse cenário”, disse o advogado da entidade, Guilherme
Varella.
Ele lembra que a decisão do Procon está dentro de um contexto de má
prestação de serviços na cidade, e foi tomada depois de várias
reclamações dos consumidores, sem que as operadoras solucionassem os
problemas. “A atuação do Procon é extremamente necessária, porque se não
for por meio desse tipo de penalização, as empresas por si só não tomam
medidas de bom-senso com relação ao atendimento e à resolução dos
problemas”, declarou.
A Anatel informou que acompanha a prestação dos serviços de
telecomunicações e monitora a sua qualidade, “aplicando as sanções
previstas quanto ao descumprimento de obrigações”. A orientação para os
consumidores insatisfeitos com os serviços é de reclamar na prestadora, e
se o problema não for resolvido, entrar em contato com a agência.
Entre os direitos dos usuários de telefonia celular estão a
reparação por interrupção do serviço; o recebimento em dobro, com juros e
correção, dos valores pagos à prestadora em razão de cobrança indevida;
não ser cobrado por mensagens não entregues em até 60 segundos e
reenviadas por 24 horas; a contestação de débitos e a rescisão do
contrato, a qualquer tempo e sem ônus, independentemente da existência
de débitos.
No mês de maio, a Anatel registrou um total de 254,9 milhões de linhas de telefonia móvel ativas no país.
Edição: Aécio Amado
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-17/governo-estuda-medidas-para-resolver-problemas-de-infraestrutura-das-operadoras-de-telefonia
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