segunda-feira, 13 de maio de 2013

País terá centros de referência para tratar hepatite C



Agência Brasil (Rio de Janeiro) – Até o fim do primeiro semestre estarão funcionando em todo o país centros de referência para tratar a hepatite C com três medicamentos, conforme determinação do Ministério da Saúde. Segundo a médica Cristiane Vilella, responsável pelo atendimento a pacientes com a doença no Hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, na zona norte, inicialmente esses centros serão responsáveis pelo tratamento de pacientes com fibrose avançada, ou seja, aqueles que têm a doença em estágio mais grave.

“Antes, tínhamos o tratamento com terapia dupla, que ainda continua. Muitos pacientes não precisam do tratamento novo”. A médica explicou que os pacientes que têm os tipos 2 e 3 do vírus C não pode usar, já que os novos remédios se destinam exclusivamente aos portadores do vírus tipo 1. “Os outros continuam a ser tratados com a terapia dupla”.

Os novos centros funcionarão em hospitais universitários e em unidades do SUS. Segundo a médica, é possível que a curto e médio prazos outros centros sejam incluídos nesta lista, porque há muitos pacientes aguardando tratamento. “Inicialmente, como sabemos que o tratamento está associado a muitos efeitos colaterais e é novo, pacientes como, por exemplo, os [que têm] cirrose hepática que possam descompensar, precisam ser atendidos em hospitais de referência que tenham médicos capacitados”, disse.

Os dez centros no estado do Rio de Janeiro vão funcionar em hospitais universitários, na capital e em Niterói, e nos hospitais dos Servidores, da Lagoa, de Bonsucesso e na Santa Casa de Misericórdia. Segundo a médica, estes locais são grandes centros que já tratam os pacientes com hepatite C há mais de dez, 20 anos.

Os pacientes de São Paulo poderão tratar a doença em 24 centros de referência. Para o infectologista Paulo Abrão, responsável pelo Ambulatório de Hepatites Virais e Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Brasil tem uma rede de tratamento de hepatite C que precisa ser melhorada nos moldes do que aconteceu com o tratamento da aids, que no início era complicado e depois teve a rede estruturada progressivamente.


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