Distância entre desejo e chance de vitória no país eleva a importância da capital no "mapa" do PT
Andrea Pinheiro
Apesar da disputa interna e da ameaça de desgaste, o PT não pretende correr riscos na eleição do Recife. A cidade é estratégica no tabuleiro eleitoral do partido. Das 26 capitais do país, em apenas 11 a legenda aceita não ser o cabeça da chapa majoritária por causa das alianças. Dessa lista, fazem parte Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). Em todas as outras, os petistas pretendem lançar candidatos próprios, até mesmo em locais onde aliados históricos apresentam mais chances de vitória, como em Porto Alegre (RS).
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, não fala em números. Diz apenas que o objetivo é continuar crescendo. “Acreditamos que teremos um crescimento muito expressivo neste ano. Em 2008, em relação a 2004, nós crescemos 34%”, afirmou. Ele também evita estabelecer um percentual para 2012. Segundo Falcão, o partido levantou as metas de cada estado e todos indicam que haverá aumento na quantidade de prefeitos e de vereadores.
Das 26 capitais brasileiras que escolherão prefeito em outubro, nove têm mais de um milhão de eleitores. Nesse grupo estão as consideradas mais importantes do país. Destas, o PT deverá lançar candidaturas próprias em cinco – São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Fortaleza, Recife. As eleições nas três primeiras cidades prometem ser acirradas e nenhum analista político se arrisca a fazer previsões. Nem mesmo os dirigentes do PT. “Prognóstico hoje é falso. Voto não tem endereço e não se sabe onde ele está”, comenta o membro da Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PT, Francisco Rocha, mais conhecido como Rochinha. É nesse contexto que o Recife está inserido. O partido não cogita errar na capital. “Engana-se quem acha que vamos jogar 12 anos de administração no Rio Capibaribe”, diz o mesmo Rochinha.
A direção nacional do PT e o ex-presidente Lula da Silva, principal cabo eleitoral do partido, acompanham atentamente o desenrolar da disputa interna entre o grupo apoiador da candidatura à reeleição do prefeito João da Costa e a tendência Construindo um Novo Brasil, que lançou o secretário estadual de Governo, o deputado federal licenciado Maurício Rands, para concorrer às prévias, marcadas para o dia 20 de maio. Os dirigentes apostam que, ao conhecer o vencedor, o PT marchará unido.
O otimismo da legenda se deve ao cenário político e econômico do país, que deve ajudar as candidaturas da base governista, somado à mobilização da militância. “As expectativas são muito otimistas porque o prestígio do PT, do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma são componentes que nos ajudam quando a campanha começar”, garante Rui Falcão.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/04/10/politica4_0.asp
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