O deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), que é filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), será intimado a prestar depoimento nos próximos dias à Polícia Federal a respeito da apreensão de um helicóptero da sua empresa com mais de 400 quilos de cocaína no último domingo. O senador foi presidente do Cruzeiro. As informações são da Folha de S. Paulo.
Também vão prestar depoimento a irmã do deputado, Carolina Perrella, e o primo André Almeida Costa. Os três são sócios da empresa Limeira Agropecuária, que é proprietária da aeronave.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Leonardo Damasceno, até o momento o deputado e os sócios da empresa não são tratados como suspeitos de participação no crime de tráfico de drogas. Ele afirmou que o depoimento vai ser um “mero esclarecimento da versão que foi apresentada pelo piloto”.
De acordo com o delegado, o piloto Rogério Antunes afirmou em depoimento que o transporte da carga foi contratado pelo copiloto Alexandre de Oliveira Júnior, que teria lhe oferecido R$ 106 mil para o serviço. “Ele suspeitou que fosse droga, mas mesmo assim ele aceitou fazer”, disse Damasceno.
Já Alexandre confirmou à polícia que foi ele quem contratou o frete, mas afirmou não saber que se tratava de drogas. Os pilotos disseram que o helicóptero partiu do Campo de Marte, em São Paulo, mas que o carregamento teria sido feito antes, em uma região próxima ao município de Avaré (SP).
O advogado que defende o piloto Rogério Almeida Antunes, Nicácio Tiradentes, afirma que seu cliente não sabia que havia drogas na carga que transportava e que achava que se tratava de “insumos agrícolas”.
Também disse que Antunes pediu autorização ao deputado Gustavo Perrella para fazer o frete, que seria uma atividade corriqueira para ajudar a pagar as despesas da aeronave.
O deputado afirma que não sabia que a aeronave seria usada para transportar drogas. Inicialmente, disse que não sabia que sua aeronave seria usada pelo funcionário naquele fim de semana e que trataria o caso como roubo. Em seguida, seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que Perrela não sabia que a aeronave seria usada para transportar drogas e que houve apropriação indébita.
“Ele [Antunes] se apropriou indevidamente [da aeronave] porque falou que ia fazer um frete e foi para outro Estado fazer tráfico de drogas. É crime do mesmo jeito”, disse o Kakay à reportagem. A Folha de S. Paulo tentou localizar o advogado do copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior, mas ele não atendeu as ligações da reportagem.
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