segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Menos de 9% da Câmara Federal são negros

Dos 25 pernambucanos que atuam na Casa, apenas Luciana Santos (PCdoB) assume (Foto: Internet)











Um estudo realizado pela Unegro, organização fundada há 25 anos com atuação no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial, mostra que menos de 9% dos membros da Câmara dos Deputados, eleitos em 2010, se autodeclaram como negros (pretos ou pardos, pela definição do IBGE), ou seja, 44 dos 513 parlamentares. Dos 25 pernambucanos que atuam na Casa, apenas Luciana Santos (PCdoB) assume. A Bahia é que tem mais representantes negros: sete.

O partido com mais federais é o PT, que elegeu 15 representantes afrodescendentes. Mais do que o dobro do PRB, com 7, segundo colocado. PR, DEM, PSC, PSB, PTB e PSB levaram para a Câmara apenas um parlamentar preto ou pardo. O PP, que teve a quinta maior bancada eleita, não registrou nenhum.

Nos estados, a distorção se repete. Segundo o Balanço Eleitoral do Voto Étnico Negro, foram eleitos em 2010 apenas 46 deputados estaduais no Brasil, em um universo de 1.059. Esses votos se concentraram no Nordeste, que elegeu 17 negros para suas assembleias, seguido das regiões Sudeste, com 14; Norte, com 9; Centro-Oeste, com 4; e Sul, que deu mandato a apenas 2 deputados estaduais.

“Essa sub-representação se deve a uma série de fatores. Após a abolição da escravatura, os negros foram deixados sem qualquer assistência social, ou atenção do poder público. Rumaram para os morros, às favelas, e eram proibidos de obter empregos formais nas cidades. Foram alijados do processo social e político”, explica Alexandre Braga, coordenador da pesquisa e presidente da Unegro-MG.


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