Ex-fotógrafo oficial da Presidência lança documentário sobre a transferência do cargo de Lula para Dilma
No dia 25 de abril, quando o documentário Pela Primeira Vez — sobre a transferência de poder entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a recém-eleita Dilma Rousseff — estrear em Brasília, numa cerimônia que pode ter como grandes convidados os dois principais protagonistas do filme, o ex-diretor de imagem e fotógrafo oficial da Presidência, o brasiliense Ricardo Henrique Stuckert, 42 anos (mais conhecido como Stuckinha), estará assumindo, formalmente, uma persona bem mais cineasta que fotógrafa. Pela Primeira Vez tem 35 minutos e será o primeiro documentário brasileiro em 3D. Em maio, o filme será lançado no Rio.
O documentário é um registro da transição com cenas em tomadas tão próximos que são capazes de agigantar pequenos gestos emocionados. Num quarto do Hospital Sírio-Libanês, a mulher de José Alencar, Mariza Gomes da Silva, afirma que se separaria dele caso insistisse em ir à posse de Dilma. Muito abatido, ele fala da sensação de dever cumprido que tinha ao lado de um Lula que não consegue segurar as lágrimas e, ternamente, beija a testa do amigo numa espécie de despedida antecipada, já que Alencar morreria cerca de um mês depois.
Acompanhando o dia da posse, percebe-se que Lula quase deixa Dilma e Michel Temer esperando na rampa do Palácio do Planalto porque se alongou nas despedidas aos funcionários. É curioso invadir a intimidade do casal presidencial e perceber o carinho entre Lula e Marisa Letícia. Sem uma voz de narrativa, a edição é feita com o som ambiente e discursos de cada um, tudo sobre uma base orquestrada num tom ora cívico, ora emocionado. “O Brasil tem pouca tradição no registro de seus grandes momentos e de sua própria História”, conta Stuckert, na sede da produtora Casablanca, em São Paulo. “Como eu vinha desenvolvendo um olhar mais cinematográfico da Presidência, porque passei a filmar tanto quanto fotografar durante o segundo mandato de Lula, achei que a posse poderia render um documentário único. Pela primeira vez um presidente operário passava o governo para um eleito de seu próprio partido, que, pela primeira vez, era uma mulher.”
A transição para o cineasta documentarista começou a tomar corpo, conta Stuckert, a partir do segundo mandato de Lula, em 2007. Seu próximo projeto é transformar esse material num documentário sobre a Era Lula.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/04/08/politica6_0.asp
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