quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Antes que Lula entre no jogo

PT de Pernambuco pretende definir candidatura no Recife, para evitar intromissão do ex-presidente

Aline Moura


Presidente estadual do PT, o deputado federal Pedro Eugênio espera que o partido não chegue ao extremo de recorrer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele decida, ao final, o candidato a prefeito do Recife. A avaliação foi feita pelo deputado, ontem, em Brasília, logo após se encontrar com o presidente nacional da sigla, Rui Falcão. Os dois conversaram longamente sobre a disputa na capital e apostaram num cenário onde os pré-candidatos chegarão à tão sonhada unidade. Pedro Eugênio torce pelo bom-senso interno antes de Lula exigir que alguém recue (ou se parta ao meio) em nome do Recife.

O encontro entre os dois presidentes petistas ocorreu um dia depois de o governador Eduardo Campos (PSB) almoçar com o ex-presidente Lula, em São Paulo, e pedir sua interferência na situação do Recife. “Fundamentalmente, essa é uma decisão do PT. É claro que temos que dialogar com as nossas lideranças, com as pessoas que são nossas referências, o governador, a presidente… Mas acredito que o PT ainda tem instrumentos próprios e capacidade para resolver essa questão”.


A frase de “independência” de Pedro Eugênio - um dos petistas mais lights de Pernambuco -, refletiu o sentimento de correligionários que andam desgostosos com supostas interferências de Eduado na disputa do Recife. Embora o governador já tenha feito chegar aos petistas que não vai se “meter” na disputa interna, o ciúme ainda é grande porque a posição do socialista pesa e está relacionada com a disputa eleitoral de 2014.


Integrante da comissão de ética e dirigente nacional do PT, Francisco Rocha, conhecido como Rochinha, não demonstrou bom humor ao falar sobre o encontro entre Eduardo e Lula. Rochinha tem avaliado as movimentações do PSB com desconforto desde que o partido apresentou a pré-candidatura de Fernando Bezerra Coelho, ainda que o ministro tenha recuado. Questionado se sabia do teor da conversa entre Lula e Eduardo, Rochinha saiu-se com essa: “não sei, nem quero saber. O assunto Recife tem que ser resolvido no Recife”, alfinetou.


As declarações de Rochinha remetem a um texto duro que ele escreveu no final do ano passado. “Os socialistas pernambucanos não podem esquecer que o apoio e o compromisso do PT foram decisivos tanto na eleição quanto na reeleição do governador Eduardo Campos. Ainda que Eduardo seja uma grande liderança política, tenho dúvidas se o PSB, sozinho, chegaria a algum lugar”.


Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/01/25/politica4_0.asp

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