quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Brasil tem seis ZPEs prontas para operar

Em Pernambuco, a de Jaboatão está em fase de terraplenagem, mas está com cronograma de implantação atrasado

MICHELINE BATISTA


Pelos menos seis das 23 Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs) autorizadas no país estarão prontas para operar até meados desse ano. Quatro delas estão com suas infraestruturas bastante adiantadas – Ibituba (SC), Rio Grande (RS), Araguaína (TO) e Teófilo Otoni (MG). Já a de Jaboatão dos Guararapes (PE), cuja previsão anterior era para maio deste ano, deverá estar pronta para operar apenas em dezembro ou janeiro de 2013.

Para dar certo, uma ZPE precisa de uma logística adequada e de uma infraestrutura mínima. A ZPE Suape, como vem sendo chamada, ocupa uma área de 191 hectares às margens da BR-101 Sul. Segundo o diretor de Desenvolvimento da Cone S.A., Arménio Ferreira, o empreendimento se encontra na fase de terraplenagem, sendo que o projeto básico já foi aprovado pela Receita Federal. Em abril devem começar as obras civis do depósito de desembaraço e dos prédios administrativo e da Receita.


“Em novembro entraremos com o pedido de alfandegamento, que demora cerca de 60 dias, e estaremos aptos a operar em dezembro ou, no máximo, em janeiro de 2013”, diz Arménio. Nesta primeira fase estão sendo investidos R$ 21 milhões. Três ou quatro empresas já teriam manifestado interesse em se instalar no novo distrito industrial, que terá capacidade para abrigar entre 25 e 30 companhias.


Ontem, foram apresentados no Recife os principais resultados de uma cooperação técnica entre a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e o Instituto de Desenvolvimento da Coreia (KDI). Em 2011, coreanos vieram ao Brasil conhecer as nossas ZPEs e representantes de oito estados nordestinos foram à Coreia conhecer de perto a experiência daquele país nessa área.


“As realidades são distintas, mas há semelhanças. A partir dessa cooperação aprendemos, por exemplo, que o modelo brasileiro de ZPEs deverá ter alguma flexibilidade para se adaptar às políticas industriais de cada estado. Por outro lado, é importante que haja uma coordenação com uma política industrial nacional”, disse o superintendente substituto da Sudene, Guilherme Rebouças, ao participar do seminário ZPEs: Desafios para o desenvolvimento regional.


O diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Hankuk University of Foreign Studies, Daewon Choi, afirmou que a experiência coreana pode ser útil ao Brasil porque o país tem um histórico de quase 50 anos nessa área. “Temos casos de êxito e outros de falhas. O importante é que lá as ZPEs fazem parte de uma política industrial nacional, enquanto que no Brasil ainda é um fenômeno isolado”.


Saiba mais


O que são ZPEs

As Zonas de Processamento de Exportação são distritos industriais incentivados

Como funcionam?

As empresas localizadas nas ZPEs operam com suspensão de impostos, liberdade cambial e procedimentos administrativos simplificados

Qual a condição?

É preciso destinar pelo menos 80% de sua produção ao mercado externo. A parcela de até 20% da produção vendida no mercado doméstico paga integralmente os impostos normalmente cobrados sobre as importações

Qual a situação no Brasil?

São 23 ZPEs autorizadas, nenhuma em funcionamento

Qual a situação no mundo?

São mais de 3,5 mil ZPEs em funcionamento em 130 países, gerando 66 milhões de empregos


Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/01/19/economia9_0.asp

Nenhum comentário :

Postar um comentário