quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Se não unir a frente, PT terá palanque sem Lula

Dois dias depois de encontro com o ex-presidente, Eduardo fez alerta aos aliados petistas

Aline Moura

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ficar longe do palanque governista no Recife, caso o PT não consiga manter a unidade da Frente Popular. O alerta foi feito, ontem, pelo governador Eduardo Campos (PSB), após ele participar do Seminário Fifa Fan Fest, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Eduardo falou sobre o assunto dois dias depois de se encontrar com o ex-presidente, em São Paulo, onde conversaram por cerca de duas horas, durante um almoço. Eduardo admitiu a possibilidade, em coletiva, após o prefeito João da Costa (PT), que também esteve no evento, despedir-se sem falar sobre política.

O risco de o Recife ficar sem a presença do maior cabo eleitoral petista não foi apontado por Eduardo em tom de ameaça. O governador, aliás, tentou abafar o mal-estar criado entre o PSB e o PT nos últimos meses, tratando os pré-candidatos da legenda aliada, em vários momentos, como “os meninos do PT”. Semelhante ao que Lula fez em 2006, quando chamava ele e o ex-ministro Humberto Costa (PT) de “meus meninos”. Na época, os dois disputavam o governo do estado e Lula fez campanha para os dois num palanque único, em eventos no Recife e em Caruaru.


Para Eduardo, a eleição deste ano deve ser diferente porque Lula tem uma amplitude política bem maior e não vai poder subir em palanques divididos. “Em vários lugares no Brasil afora, a base não vai estar unida. Então, eu imagino que em alguns lugares Lula vai e em outros ele não deve ir. O (ex-presidente) tem uma relação muito ampla, que vai além do PT (…) Ele vai limitar a presença dele em alguns lugares”, observou o socialista. Algo que jamais externaria se não estivesse afinado com Lula. Até hoje, o governador é a liderança política de Pernambuco mais próxima do ex-presidente, tanto pessoalmente como politicamente.


Relação


Ao ser questionado se o PSB tinha tomado uma posição no Recife de apoiar João da Costa, contudo, Eduardo desconversou. “De dezembro para cá, passaram-se 25 dias, (não mudou muito). Nós temos opção partidária para oferecer à Frente (o ministro Fernando Bezerra Coelho) e temos um desejo: que a frente esteja unida. Se depender de mim, ela vai estar, porque eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance”, declarou.


O governador disse ter uma relação cordial com o prefeito, mas não externou nenhum apoio oficial, como esperavam os aliados de João da Costa. Eduardo reforçou, de forma indireta, o que palacianos falaram em reserva recentemente ao Diario, garantindo que o socialista não vai passar por cima da decisão de outros petistas.


Eduardo Campos chegou a fazer uma comparação, dizendo ser “natural” o contato que tem com João da Costa pelas funções que ambos exercem. Lembrou, inclusive, a boa relação administrativa que o então prefeito João Paulo (PT) teve com o então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).


Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/01/26/politica1_0.asp

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