quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Reforma respeitará "feudos" partidários

Nomes para duas pastas serão anunciados na semana que vem. Planalto vai manter a cota atual

PAULO DE TARSO LYRA


A presidente Dilma Rousseff anunciará na semana que vem apenas as trocas nos ministérios cujos ocupantes disputarão as eleições municipais de outubro – Educação e Secretaria Especial de Política para Mulheres. As demais mudanças serão feitas com mais calma, possivelmente após o retorno da presidente das viagens a Cuba e ao Haiti, no fim de janeiro. Além disso, Dilma não vai alterar a cota dos partidos na Esplanada, frustrando os planos de PMDB e PT, que sonhavam em aumentar seu poder de fogo no governo, amealhando para sua seara, respectivamente, os ministérios dos Transportes e das Cidades, respectivamente.

Nas mudanças confirmadas, Aloizio Mercadante deixa a Ciência e Tecnologia e passará a comandar a Educação, no lugar de Fernando Haddad, que deixará o governo para concorrer à prefeitura de São Paulo. Para a vaga que será aberta no MCT, a presidente avisou que optará por um nome ligado ao setor — os mais cotados são o deputado Newton Lima (PT-SP), duas vezes reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), ou o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp.


Na semana passada, Mercadante e Haddad conversaram longamente sobre os desafios da pasta. Os dois ministérios já tiveram uma parceria exitosa no primeiro ano de governo Dilma, com o lançamento do Programa Ciência Sem Fronteiras, que encaminhou a primeira leva de alunos para os Estados Unidos no último fim de semana. Haddad disse ao seu sucessor esperar que “ele faça ainda mais do que o realizado nos últimos nove anos”.


A outra mudança confirmada é a de Iriny Lopes, que deixará a Secretaria Especial de Política para as Mulheres para concorrer à prefeitura de Vitória. Em seu lugar, um nome cotado é o da secretária adjunta da pasta, Rosana Ramos, que integra a corrente petista Articulação de Esquerda, detentora da indicação da cadeira.


Quanto às demais alterações, Dilma vai esperar para conversar com os partidos e ouvir as sugestões de nomes, embora tenha muito claro em mente que a decisão final cabe a ela e, uma vez escolhido, “o ministro pertence ao governo e presta contas a ela, não mais ao partido”. Dilma pediu aos ministros palacianos que permaneçam de prontidão em Brasília neste fim de semana. Além dos encontros setoriais para preparar a reunião ministerial da segunda-feira, dia 23, a presidente quer iniciar as conversas para definir as mudanças no governo com seu círculo mais próximo. Ontem, ela reuniu-se com o vice-presidente Michel Temer. Comunicou que não haverá alteração na divisão dos partidos na Esplanada.


Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/01/18/politica8_0.asp

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