Ministro ouve da presidente que denúncias contra ele são “inconsistentes”
BRASÍLIA (AE) - A presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu blindar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e o escalou como porta-voz da reunião realizada ontem, no Palácio do Planalto, para criar uma força-tarefa que atuará em áreas de risco de estados afetados pelas chuvas. Dilma avaliou como “inconsistentes” as denúncias que apareceram até agora contra Bezerra. Ao voltar a despachar no Planalto, após as férias de fim de ano, a presidente fez questão de demonstrar que Bezerra continua tendo a sua confiança.
“Se eu não contasse com a confiança e apoio dela, não estaria aqui”, disse o ministro aos jornalistas, após apresentar as diretrizes traçadas pelo governo para definir providências diante das fortes chuvas que castigam o Sudeste. “Estou tranquilo porque nenhuma dessas denúncias irá prosperar. Nunca prosperou uma denúncia em relação à minha pessoa e nunca tive uma conta rejeitada. O Tribunal de Contas aprovou todas as minhas contas”, assegurou Fernando Bezerra.
Sob intenso fogo cruzado, Bezerra enfrenta uma série de acusações que vão de nepotismo a uso indevido de dinheiro público quando era prefeito de Petrolina. Na terça-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que 90% das verbas do Ministério da Integração Nacional para obras contra desastres naturais foram destinadas a Pernambuco. Dilma orientou o ministro a dar explicações públicas sobre as denúncias e acionou aliados para que saiam em sua defesa. Questionado se ainda pretende concorrer em outubro à Prefeitura de Recife pelo PSB, Bezerra desconversou.
Na semana passada, o ministro foi o alvo preferido das cotoveladas petistas. “Acho que a Defesa Civil tem de ser tratada como política nacional. Não pode ficar subordinada a interesses político-partidários aqui e acolá”, afirmou o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT. Para ele, faltou “republicanismo” na distribuição de verbas da Integração Nacional. Aliado de Dilma e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Eduardo Campos reagiu com irritação às estocadas de Vargas e insinuou que o PSB poderia dar o troco no PT nas eleições municipais deste ano. Diante do impasse, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou nota dizendo que as relações entre os dois partidos são “as melhores possíveis”.
Fonte:http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/edicaoimpressa/arquivos/2012/janeiro/10_01_2012/0073.html
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