terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Material escolar paga até 47,49% de tributo

CONSUMO E IMPOSTO Estudo do IBPT revela a pesada carga tributária cobrada sobre os valores pagos pelos pais na hora de comprar os produtos solicitados pelas escolas dos filhos
Boa parte do valor que pesa no seu bolso na hora da compra do material escolar é formada pela alta carga tributária. O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgou, ontem, uma pesquisa que mostra o quão oneroso é o setor. Para se ter ideia, na compra de uma simples caneta, 47,49% do preço vai para os cofres públicos.

Outro produto com alta incidência tributária é a régua, com 44,65% do valor revertido em tributos. Em seguida, com uma carga de 43,19%, estão a agenda e a borracha escolar. Na compra de um tubo de cola, 42,71% do valor é de imposto. Já a mochila carrega 39,62%. Confira a pesquisa completa na arte ao lado.

Na opinião do presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, “a alta carga tributária sobre itens como a caneta, lápis e caderno, indispensáveis na volta às aulas, é um dos fatores que podem dificultar o acesso do brasileiro à educação”. Ele diz que é importante que o contribuinte cobre das autoridades providências para a desoneração.

O economista e professor da Faculdade Boa Viagem (FBV) Marcelo Barros comenta que é preciso atentar para o fato de que a maior parte dos materiais que utilizam papel, como livros e revistas, é isenta e, por isso, deve ser comum haver um repasse para os outros itens da lista. “A medida foi dada pelo governo há alguns anos, mas os demais produtos continuaram altamente onerosos, assim como acontece com quase tudo que se compra no Brasil”, diz ele.

“Inclusive uma série desses produtos escolares obedecem à chamada substituição tributária, ou seja, já saem das fábricas com toda a cadeia de impostos embutida”, explica Barros.

Na ferramenta eletrônica chamada Lupa No Imposto, criada pelo próprio IBPT, o contribuinte pode ter uma ideia de quanto o tributo representa no valor final dos itens. Basta fazer o cadastro no site www.lupanoimposto.com.br, buscar o produto e inserir o preço que foi pago. O sistema faz o cálculo do preço real da compra, descontado o valor dos tributos.

SUGESTÕES

Para ajudar os pais a economizarem, o economista Marcelo Barros dá algumas dicas. "O ideal é sempre antecipar as compras, tentando reduzir o valor da lista. Janeiro costuma obedecer à lei da oferta e da demanda, o que faz os preços subirem naturalmente".

"Mas, como a esta altura, já não dá mais para antecipar, o conselho é tentar unir pais de alunos, através das redes sociais, por exemplo, para fazer as compras em livrarias que vendem no atacado", aconselha ele, que, por experiência própria, já comprovou economia de 20%.

Outra dica é tomar cuidado com os produtos licenciados, aqueles que trazem desenhos animados do momento, por exemplo. Eles podem custar até 40% mais que os clássicos. "É bom negociar com a criança e comprar somente alguns itens mais sofisticados".

Fonte:JC

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